Quero falar
do privilegio maravilhoso que é ser terapeuta. Maravilhoso, porque nos dá a
oportunidade de poder estar num lugar como autoridade para ajudar o outro, nos colocar no lugar do outro, nos doar para o outro. Por podermos ter
a chance de ser mais humanizados. É saber não ter preconceitos, é não
impor ideias rotuladas e alienadas, é perceber que cada pessoa é um ser
singular, em movimento, em construção continua, é entender que cada um tem
maneiras próprias de transitar pela vida. É saber respeitar o outro e
principalmente é ser instrumento de acolhimento, é aceitar e dar atenção, estar
atento, inteiro, é escutar.
Afinal, quem nos procura é aquele que nos elege
para partilhar com ele toda sua complexa experiência de viver, nos escolhe
também para participar com ele das questões conscientes e inconscientes, enfim,
da sua intimidade, da sua história.
Por outro lado ser terapeuta nos faz
visitar nossa própria história, nossas experiências, perceber nossas
fragilidades, nossas dores, falhas, desejos, alegrias, vitorias, é muitas vezes
ter a oportunidade de reivindicar nossos direitos de viver intensamente, sem
pensar que temos o dever de dar conta.
Portanto,
para ser terapeuta e dar conta dessa profissão é necessário ser inquieta e
sensível. Por que é essa inquietude que nos move e a sensibilidade nos faz
diminuir o passo para escutarmos com atenção, segundo Juliano. Eu diria mais,
para sermos terapeutas devemos antes de tudo amar e amar com profundidade
aquele sujeito que se apresenta diante de nós.
Lana Guimarães
Nenhum comentário:
Postar um comentário