quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Ser terapeuta


     Quero falar do privilegio maravilhoso que é ser terapeuta. Maravilhoso, porque nos dá a oportunidade de poder estar num lugar como autoridade para ajudar o outro,  nos colocar no lugar do outro, nos doar para o outro. Por podermos ter a chance de ser mais humanizados. É saber não ter preconceitos, é não impor ideias rotuladas e alienadas, é perceber que cada pessoa é um ser singular, em movimento, em construção continua, é entender que cada um tem maneiras próprias de transitar pela vida. É saber respeitar o outro e principalmente é ser instrumento de acolhimento, é aceitar e dar atenção, estar atento, inteiro, é escutar.
     Afinal, quem nos procura é aquele que nos elege para partilhar com ele toda sua complexa experiência de viver, nos escolhe também para participar com ele das questões conscientes e inconscientes, enfim, da sua intimidade, da sua história.
     Por outro lado ser terapeuta nos faz visitar nossa própria história, nossas experiências, perceber nossas fragilidades, nossas dores, falhas, desejos, alegrias, vitorias, é muitas vezes ter a oportunidade de reivindicar nossos direitos de viver intensamente, sem pensar que temos o dever de dar conta.
     Portanto, para ser terapeuta e dar conta dessa profissão é necessário ser inquieta e sensível. Por que é essa inquietude que nos move e a sensibilidade nos faz diminuir o passo para escutarmos com atenção, segundo Juliano. Eu diria mais, para sermos terapeutas devemos antes de tudo amar e amar com profundidade aquele sujeito que se apresenta diante de nós.

Lana Guimarães

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